quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A originalidade da Literatura São-tomense


Polifonias Insulares


Afirmar a originalidade da Literatura de São Tomé e Príncipe como sistema com um lugar próprio entre as literaturas dos países de língua oficial portuguesa é, antes de mais, o objectivo principal do livro Polifonias Insulares que Inocência Mata acaba de publicar.


Podendo considerar-se como o segundo volume da obra Diálogo com as Ilhas: sobre Cultura e Literatura de São Tomé e Príncipe (1998), este conjunto de dezena e meia de ensaios cumpre os mesmos objectivos, dando a conhecer ainda a produção cultural e literária são-tomense normalmente tida na área dos estudos literários de língua portuguesa como escassa.
Primeiro que tudo há que realçar uma grande qualidade deste livro: o extremo cuidado na utilização das palavras, o rigor que passa pelo exercício intencionalmente consciente e deliberado de quem sabe o valor de cada palavra assim como o seu sentido semântico, conferindo, portanto, uma credibilização acrescentada ao discurso que vai desenvolvendo, sem, no entanto, apresentar critérios absolutos, inimigos principais do debate cultural que se impõe cada vez mais.
Por isso é que talvez seja preciso levar realmente a sério as asserções que a autora, actualmente docente da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, como investigadora de literaturas africanas de língua portuguesa, vai expendendo ao longo do livro, pelo que apresentam como proposta para a solução dos vários problemas colocados pela existência de outros falares para além do português.
Inocência Mata é nesta questão bastante peremptória: «O português tem de ser ensinado (em São Tomé e Príncipe) também como língua segunda, apesar de ser, também, a expressão de um segmento da identidade cultural são-tomense.» Porque, «Se a língua portuguesa é um dos veículos (e não apenas o instrumento) de desenvolvimento e de abertura com o mundo exterior, as línguas crioulas são expressão de uma identidade cultural específica (que não deve tornar-se apenas folclórica).» Na verdade, «há que ter em conta as exigências da sociedade moderna concernentes aos direitos linguísticos das minorias, ou seja, no caso, dos falantes das línguas minoritárias (qualitativamente falando), o angolar, o lunguyé e o crioulo cabo-verdiano.»
Assinalando que o lugar dos são-tomenses no processo de afirmação nacionalista da África colonizada por Portugal sempre foi dos mais proeminentes: nas associações cívicas e culturais, na defesa dos direitos das populações, nas reivindicações de cariz político, nas redacções de jornais, nas profissões liberais, Inocência Mata evoca as referências a tal facto feitas pelos poetas angolanos Mário António e Mário Pinto de Andrade, que salientaram o destaque dos são-tomenses na aventura da escrita jornalística e literária assim como na movimentação que levou ao aparecimento do “discurso protonacionalista”, na concertação da “acção protestatária” e na génese da ideologia nacionalista nas colónias portuguesas de África.
A poesia foi a forma privilegiada de expressão literária de São Tomé e Príncipe, fenómeno que ainda se verifica hoje, mais de sessenta anos depois da publicação da obra que ficou como o marco da modernidade literária são-tomense, Ilha do Nome Santo (1942), de Francisco José Tenreiro, livro que inclui o poema Canção do mestiço, segundo Inocência Mata, «uma das mais assertivas e celebrativas expressões da identidade insular do homem são-tomense, cuja natureza mestiça é sentida não como um anátema (…) mas como uma mais valia: (…) Mestiço! /E tenho no peito uma alma grande / Uma alma feita de adição /como 1+1 são 2.»
Segundo a autora, se foi com Marcelo da Veiga que se opera a resolução da diferença que tanto Caetano Costa Alegre quanto Herculano Levy não empreenderam, a inscrição de uma escrita num projecto claramente nacionalista dá-se porém com Francisco José Tenreiro, considerado justamente como o maior poeta da crioulidade são-tomense, acompanhado principalmente por Tomás Medeiros, Maria Manuela Margarido e Alda Espírito Santo, os quais, em grupo, podem ser considerados como a geração dos fundadores do sistema, no significado de uma geração literária, podendo-se até «reconhecer como o corpus fundador da são-tomensidade literária.» E prossegue: «Eles vincularam «a sua poesia a uma ideologia estética que tanto afirmava uma identidade cultural como realizava um discurso de combate social, anticolonial, denunciador da exploração colonial, da precariedade socioeconómica devida ao sistema da monocultura (do cacau e do café), do regime do contrato e do drama dos contratados desenraizados e obrigados a ficar numa terra para a qual foram levados à força.»
Conforme diz José Cassandra no Posfácio, «Inocência Mata tem promovido e lançado, nas suas viagens literárias, expectativas, dúvidas e ironia céptica, ao mesmo tempo que dá a conhecer, numa perspectiva crítica e analítica e não redutora, e anormalmente disciplinar ou especializada, os contornos e enquadramento das obras de autores como Manuela Margarido, Aíto Bonfim, Conceição Lima e Sacramento Neto e outros que, não sendo são-tomenses, escolheram as ilhas como seu lugar de gestação literária mantendo, assim, um diálogo com a cultura e a sociedade são-tomenses: Otilina Silva, Pedro Rosa Mendes, Paulo Ramalho.»
Tendo começado por debruçar-se especialmente sobre algumas tradições etnoculturais da ilha do Príncipe, nomeadamente o celebrado Tchiloli e o Auto de Floripes, Inocência Mata, se bem que não sistemicamente, acaba depois por fazer o roteiro da actualidade literária são-tomense, dando-nos uma panorâmica dinâmica e quase exaustiva do que se publicou ali nas últimas décadas, especialmente o período a seguir ao pousio literário que ocorreu logo a seguir à independência.
Assim, desde Fernando Macedo, com o seu teatro e um belíssimo texto, Anguéné, a Frederico Gustavo dos Anjos e a Aíto Bonfim, não esquece as obras de Maria Olinda Beja, Francisco da Costa Alegre e Amadeu Quintas da Graça, realçando porém, no contexto do discurso da identidade, a poetisa Conceição Lima, pela conciliação do labor poético com a eficácia extratextual, e a particularidade de Viana de Almeida, autor de Maiá Poçón, como o primeiro ficcionista natural de São Tomé, não esquecendo Sum Marky, cuja ficção está próxima da poesia dos “poetas da Casa dos Estudantes do Império”, apesar de ele não poder ser considerado um escritor nacionalista. Referências ainda a Rafael Branco, Albertino Bragança, Sacramento Neto, Manu Barreto, Rufino Espírito Santo, Jerónimo Salvaterra, Lúcio Pinto, assim como a Fernando Reis, Horácio Nogueira e Luís Cajão, escritores portugueses de motivação colonial, sem esquecer os casos mais recentes de portugueses que escreveram sobre São Tomé: Otilina Silva, Pedro Rosa Mendes e Paulo Ramalho.
Só é pena que não fale sobre o incontornável Mário Domingues, mas realmente esta personalidade grande não pode ser considerada como escritor são-tomense, pois só lá nasceu, tendo feito a sua vida toda em Lisboa, embora o seu coração tivesse batido sempre pela África e em especial pela sua ilha natal, o Príncipe.


RODRIGUES VAZ



Alfredo Margarido, um intelectual comprometido

No passado dia 12 de Outubro faleceu em Lisboa, com a idade de 82 anos, o conhecido ensaísta, poeta, ficcionista, tradutor, artista plástico e sociólogo Alfredo Margarido, que era natural de Moimenta, Vinhais, e que foi um dos maiores estudiosos e divulgadores das literaturas africanas de expressão portuguesa, passe a “expressão”, de que não gostava, alertando para o lastro neo-colonialista patente na nomeação: «Não se trata de escrever em língua portuguesa, mas de se manter fiel à expressão portuguesa, o que seria contraditório com a substância nacional da escrita».
Para além do que fez, cuja importância é de realçar, como se pode deduzir a seguir, o mais importante foi a sua posição anti-colonial em locais como eram S. Tomé e Príncipe e Angola e numa altura – década de 50 do século passado - em que era completamente tabu pôr em questão a presença portuguesa nas colónias, posição que prosseguiu até ao fim da sua vida, pois ainda há bem pouco tempo punha em causa o próprio termo ‘descolonização’, afirmando que tal termo «quer simplesmente dizer que foram os portugueses, os colonizadores, que libertaram os dominados, descolonizando-os [...] Vistas assim as coisas, os portugueses aparecem como os únicos actores do processo político: colonizadores graças às malhas que o Império tece, mas também descolonizadores, quando se trata de destecer as mesmas malhas»
Alfredo Margarido foi, antes de mais, um cidadão coerente e um intelectual comprometido, arrostando firmemente com muitas incompreensões e pressões. A sua defesa do conhecido artista surrealista Cruzeiro Seixas, quando este montou uma célebre exposição nas ruínas do Palácio de D. Ana Joaquina, que causou grande escândalo em Luanda, nos idos de 1954, ia-lhe valendo a expulsão da colónia, mas nada o demoveu dos seus propósitos.
Ao mesmo tempo, foi frontalmente autor de uma crítica cáustica à negritude, publicada em livro pela Casa dos Estudantes do Império, em Lisboa, em 1964, defendendo sempre uma visão da literatura como actividade decorrente do processo de produção material e das relações sociais e não das raças, primando, portanto, por uma grande objectividade e independência espiritual.



A obra

Considerado como um dos grandes intelectuais portugueses da segunda metade do século XX, Alfredo Margarido estudou na Escola Superior de Belas-Artes do Porto e chegou a expor os seus trabalhos em Portugal antes de ir viver para África, no início dos anos 50, tendo trabalhado primeiro na produção agrícola em São Tomé e Príncipe, transferindo-se a seguir para Angola, onde foi responsável pelo Fundo das Casas Económicas, corporação que pretendia resolver o problema de habitação da classe média ascendente. Todavia, nos finais de 1957, em consequência de artigos que publicava no Diário Popular, de Lisboa, denunciando situações de discriminação racial, Margarido recebeu do Governador-geral de Angola, Horácio José de Sá Viana Rebelo, uma ordem de expulsão do território, deixando, à pressa, o seu "espólio" literário nas mãos do jornalista Acácio Barradas, recentemente falecido. A partir de 1964 instala-se em Paris, onde se formou em Ciências Sociais e foi investigador da École des Hautes Études, ao mesmo tempo que lançava, com um grupo de exilados portugueses, a importante revista Cadernos de Circunstância.
Além dos problemas africanos, dedicou-se especialmente à sociologia da literatura, tendo-se igualmente salientado como poeta, cuja obra apresenta elementos surrealizantes, bem como ficcionista, qualidade em que foi um dos introdutores do nouveau roman francês em Portugal.
Mas foi como ensaísta e crítico literário que desenvolveu uma actividade mais continuada, tendo deixado disperso por várias publicações um extenso conjunto de estudos, designadamente sobre Fernando Pessoa, um dos autores que mais o interessaram. A cultura portuguesa deve-lhe ainda traduções de obras de Nietzsche, Joyce, Faulkner, Steinbeck e Kafka, entre muitos outros, incluindo Melville, de quem traduziu o gigantesco Moby Dick.
Entre as várias publicações em que colaborou são de salientar os Boletim de Cabo Verde e o Boletim da Guiné, sendo de realçar neste último uma análise da obra de Castro Soromenho e um ensaio sobre o escritor santomense Mário Domingues, que continua injustamente esquecido, apesar da sua importância real.

Rodrigues Vaz

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

III Encontro de Escritores Moçambicanos na Diáspora

Os escritores moçambicanos na Diáspora querem ser tratados na sua qualidade de intelectuais nacionais moçambicanos, tais como os que nunca saíram do País – foi salientado no encerramento do III Encontro de Escritores Moçambicanos na Diáspora, que teve lugar na Casa de Goa em Lisboa, entre 16 e 18 de Setembro passado.
Dignou-se abrir o evento o embaixador plenipotenciário da República de Moçambique em Portugal, Dr. Miguel Mkaima, que num improviso sentido falou essencialmente das dificuldades que a nação moçambicana atravessa e salientou o papel da cultura no seu desenvolvimento futuro.
O Dr. Miguel Mkaima destacou os "progressos" alcançados no sistema de ensino moçambicano -- no âmbito da "expansão escolar que está por concluir" --, mas reconheceu que "ainda há muito por fazer", sobretudo "no que diz respeito ao melhoramento da qualidade do ensino e da formação cívica e ética" das pessoas.
No entender do antigo ministro da Cultura de Moçambique, garantir às crianças "uma cada vez melhor aprendizagem é fundamental", também para "reduzir, em parte, o risco de se voltarem a repetir reacções violentas" como aquelas que aconteceram no início de Setembro.
Na altura, os vários escritores e poetas moçambicanos presentes criticaram a forma como Maputo geriu os aumentos dos preços dos bens essenciais e alertaram para a necessidade de os manter congelados por tempo indeterminado para evitar novos actos de violência.
No entender de Delmar Maia Gonçalves, Jorge Viegas e Ascêncio de Freitas, só será possível “acalmar os ânimos” de uma grande parte da população moçambicana e “evitar manifestações ainda mais violentas” do que aquelas que aconteceram no início de Setembro se o Executivo mantiver, a longo prazo, a sua decisão de congelar os aumentos de produtos essenciais
Organizado pelo escritor e poeta moçambicano Delmar Maia Gonçalves, com os apoios simbólicos da Embaixada da República de Moçambique em Portugal, Confraria do Vento Editora, RDP África e Casa de Goa, que cedeu o espaço, neste evento cultural participaram vários escritores, poetas e artistas plásticos moçambicanos, bem como, escritores, poetas e estudiosos das literaturas africanas e artistas plásticos convidados.
Este ano foram homenageados o artista plástico José Pádua e o escritor Guilherme de Melo (que não pôde comparecer), pelo prestígio que granjearam internacionalmente e o contributo que deram para o desenvolvimento e divulgação da cultura moçambicana na diáspora.
Foram ainda homenageados, a Revista “Nova Águia”, o site “Varanda das Estrelícias”, o Jornal “Poetas e Trovadores” e a Casa de Goa, pelo contributo que têm dado na divulgação das culturas lusófonas e literatura moçambicana.












Na foto: Castro Soromenho

No programa, que integrou a apresentação de várias comunicações, seguidas de debates, foram especialmente recordados os escritores Castro Soromenho, natural de Moçambique, que merece ser reconhecido como escritor africano, pelo sentido de toda a sua obra, Afonso Ribeiro, um precursor do neo-realismo português que viveu em Moçambique várias dezenas de anos, António Quadros, aliás Mutimati Barnabé João, o celebrado autor de “Eu, o Povo”, e o grande poeta moçambicano Rui de Noronha, pai da literatura moçambicana. Constaram ainda das actividades um recital de poesia e a inauguração de uma Exposição/Mostra Internacional Lusófona de Pintura, Escultura e Fotografia.
Estiveram presentes os escritores Delmar Maia Gonçalves, Ascêncio de Freitas, Jorge Viegas, João Craveirinha, Carlos Gil, Rodrigues Vaz, Zetho Cunha Gonçalves, Julião Bernardes, Joaquim Evónio, Eugénio Almeida, Vera Novo Fornelos, Celeste Cortez, Renato Graça, Ilda Oliveira e José Pinheiro, Ribeiro Couto, os Investigadores académicos Olga Iglésias, Cármen Maciel, Fernanda Angius, Renato Epifânio, Lívio de Morais e Madalena Mendes, os Artistas Plásticos José Pádua, Helena Justino, Lara Guerra, João Barros, Enid Abreu, Vera Novo Fornelos, São Passos e João Valentim.
Os objectivos do III Encontro de Escritores Moçambicanos na Diáspora foram largamente alcançados, estando já a ser preparada a IV edição do mesmo.

Artes de Moçambique em Almada



15 desenhos inéditos de Malangatana e uma retrospectiva do arquitecto José Forjaz, amigo de longa data do afamado pintor moçambicano, estão a ser mostrados até 9 de Janeiro próximo na Casa da Cerca em Almada, numa exposição que é um dos grandes eventos deste começo de temporada cultural.

Com esta mostra, intitulada Novos Sonhos a Preto e Branco, que integra ainda seis pinturas sobre pedra mármore, parte de um conjunto mais vasto, apenas mostrado duas vezes em Moçambique, Malangatana regressa a uma relação directa com o homem, convocando para as suas telas fábulas, histórias, rituais, contos tradicionais ou mesmo uma ambiência de religiosidade, que traduzem, como acentua Ana Maria Ribeiro, «o seu apurado sentido de observação quer das suas origens culturais quer da situação colonial, estando assim subjacente um sentido de crítica política e social».
Embora no seu conjunto de desenhos apresentados nesta exposição a cor esteja ausente, estes filiam-se numa temática já abordada pelo pintor, prosseguindo a genealogia do seu léxico artístico e visual, herdeiros inequívocos do seu modo de fazer. São «traços lânguidos, de diferentes espessuras e intensidade, (que) dão corpo aos corpos e às figuras que se adensam e se preenchem, quase sempre na totalidade, a folha onde se inscrevem» - salienta ainda a coordenadora da Casa da Cerca.

… e arte angolana na Galeria Novo Século


Por seu turno, em Lisboa, a Galeria Novo Século mostra as últimas obras do artista angolano António Alonso, a maior parte das quais integraram uma recente exposição do autor realizada na Gallery M, em Nova York.
Intitulada Extra in Harlem, esta nova série assume frontalmente uma força construída à base de cores explosivas e formas e ritmos falsamente naíves, que enformam uma proposta cujo objectivo se radica num processo criativo fundamentado no quotidiano africano, com as suas tradições e a sua ambiência e clima, portadores de sugestões e promessas muito peculiares.
Baseando-se involuntariamente nos chamados panos do Congo, universalizados em África pelos holandeses desde os fins do século XIX, António Alonso recria um universo muito próprio, a que será preciso estar atento como possível proposta para a renovação desta indústria.

Tereza Trigalhos em Lagoa e na CNAP


Entretanto, a cada vez mais activa artista plástica Tereza Trigalhos, ao mesmo tempo que apresenta os seus últimos trabalhos (até 14 de Novembro) no Convento de São José, mostra parte da sua última série Ilha dos Imortais, na Galeria da CNAP-Clube Nacional de Artes Plásticas, em Lisboa.
Trata-se, no seguimento do seu percurso, de imagens de forte impacto visual, formas recorrentes, a alimentar um desejo de comunicações construtivas/destrutivas, que, parecendo figurativas, mas ultrapassando com mestria essa fronteira, transportam em si a enorme força que só é possível quando o que está em causa é a pintura na verdadeira acepção da palavra e á qual Tereza Trigalhos tão sabiamente se dedica.
A sua arte impõe-se pela franqueza e pela vontade interior, conseguindo um conjunto estético, cultural e histórico impressionante, pela qualidade, oportunidade e volume, exprimindo com eficácia não só as inquietudes, mas também a criatividade nos universos líricos, trágicos ou dramáticos que constrói.